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Receitas da Salsaparrilha – Edição de Outubro de 2016

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Dia das Bruxas? Em plena segunda-feira? Acredite: dividimos com você a sensação de que a única fonte de terror no dia de hoje vem da constatação de que a semana está só começando. Para aliviar um pouco a barra da rotina, trazemos gostosuras na forma de sete notáveis capas de HQs e um ensaio que o fará sentir como se estivesse dentro do texto. Já se você for mais chegado nas travessuras, apresentamos um fantasma detetive e relembramos outros espíritos bem menos amigáveis. Em qualquer caso, recomendamos acompanhar com insulina — você sabe, para manter a glicose sob controle.

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Sete vezes… mais do que mil palavras:

Passe em qualquer banca de revistas ou na seção própria de uma livraria e preste atenção nas capas das HQs que encontrar. Você certamente irá se deparar com ilustrações genéricas, desenhos confusos e uma profusão de cores capaz de causar ataques epilépticos no Pikachu. Mas há artistas com talento e autocontrole de sobra para saber que, às vezes, menos é mais. Na mais recente edição de nossa coluna Sete vezes, julgue estes quadrinhos pelas capas em sete belíssimas imagens que dizem muito com pouco. Por Tiago Ramos.

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Eu sou a câmera:

Quando um de seus atores principais morreu num acidente nas últimas semanas de filmagens, os criadores da telenovela Velho Chico recorreram a um truque tradicional do cinema: a câmera subjetiva. Neste artigo, viaje conosco pelos usos dessa linguagem desde os filmes mudos até os dias de hoje. Para revelar do medo à paixão, a câmera como olho faz mais que isso: ela desnuda a nossa alma. Por Maurício Sellmann.

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Destinos alterados: A assombrosa imaginação de Ghost Trick: Phantom Detective:

Desde crianças, indagamos como seria a fusão entre os romances de Agatha Christie, os elementos mais fantásticos de Lost e as engenhocas do cartunista Rube Goldberg. (Ué, você não?) O mobile game Ghost Trick: Phantom Detective não apenas soluciona esta dúvida existencial como também adiciona ao caldo algumas outras referências inesperadas. Enquanto o jogador ajuda o fantasma Sissel a recuperar sua memória e descobrir os motivos de seu assassinato, ele irá rir, comover-se e, principalmente, surpreender-se com uma história repleta de mistérios e personagens inesquecíveis. Por Tiago Ramos.

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Caminhos da floresta (e do coração?):

Pense no mais assustador filme de terror que você já viu. Agora, coloque-se no lugar do protagonista. Se sua imaginação, sozinha, não lhe causar arrepios, o game Year Walk cuidará disso para você. Com perspectiva em primeira pessoa e caminhando por uma gélida floresta em plena madrugada, o jogador descobrirá quão fascinantes e horripilantes as criaturas do folclore sueco, praticamente esquecidas hoje, podem ser. Como se isso não fosse emoção suficiente, a trama guarda, ainda, uma história de amor tão bela quanto trágica. Por Tiago Ramos.

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Abaixo, algumas iguarias que degustamos nestes dois meses. São dicas de lamber os dedos.

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São Paulo dos Mortos (Ed. Zapata): Invasão no Palácio dos Bandeirantes, comoção no Itaquerão, batidas policiais na Cracolândia. Parece um telejornal ordinário, se não fosse por um simples detalhes: ZUMBIS! São histórias curtas em preto & branco (HQ de terror que se preze, tem que ser p&b), desenhadas por diversos artistas, traçando um início de infestação zumbi em São Paulo. Os pontos da cidade são muito bem trabalhados nas tramas, o que a deixa a leitura mais divertida para quem não aguenta mais ver a Time Square sendo destruída. Vamos derrubar o prédio do Banespa! Tacar fogo no MASP! Não há um núcleo fixo de personagens. Cada história traz caracterí­sticas independentes. Daniel Esteves financiou a publicação via Catarse e hoje ganhou casa no selo independente Zapata Edições. A terceira edição deve sir em novembro de 2016. Para ler escutando o primeiro disco dos Raimundos. (André Hernandez)

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Independence Day–O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence, 2016): Vinte anos depois de explodir cartões postais do mundo e alçar Will Smith ao posto de ator milionário, os alienígenas do Independence Day de Roland Emmerich retornam à Terra com disposição redobrada para escravizar terráqueos e destruir mais um pouqinho. Smith não volta, mas velhos conhecidos (o cientista de Jeff Goldblum e o pai judeu de Judd Hirsch, além do presidente de Bill Pullman entre outros) misturam-se a um elenco global de novas faces, como pedem os tempos. Se o primeiro filme enrola muito com a patriotada antes de partir para o que realmente interessa, este é muito mais enxuto e vai direto ao ponto. Apesar de os críticos e o público no cinema terem recebido esta sequência com um torcer de nariz, trata-se de ficção antiquada, em absoluto desrespeito às leis da física, e, por isso mesmo, divertida. Por isso, vale ser reexaminado por ocasião de seu lançamento em DVD e Blu-Ray. Conhecido por suas histórias em larga escala, Emmerich faz belas variações visuais onde contrapõe o grande ao pequeno, Davis contra Golias: a nave que surge numa nuvem quase sobrenatural sobre um mar de minúsculos barcos, o quase absurdo contraste entre a gigantesca rainha alien e as telas de computador diminutas que ela opera, um ônibus escolar atravessando a imensidão desoladora de um deserto. Quem não conhece Emmerich, pode até imaginá-lo um poeta. (MS)

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Sombras (Ed. Opera Graphica): O horror, o horror. A celebre frase do Coronel Kurtz descreve bem o que você vai encontrar nesse álbum. Julio Shimamoto, também conhecido como o samurai brasileiro da pena, é uma antí­tese de sua obra. Um senhor gentil e calmo, que leva a vida sob rígidos códigos orientais, apresenta um trabalho de agressividade em sua forma primordial. São quatro contos que colocam as ví­sceras da humanidade para fora. O estilo único de Shima muitas vezes deixa o leitor em dúvida se o traço do seu pincel é branco sobre fundo preto ou o contrário. Cada pedaço de página poderia ser recortado e pendurado na parede de qualquer museu de arte moderna do mundo sem fazer feio. Suas técnicas que beiram o naif vão de desenhos feitos em bexigas de aniversário distorcidas até a utilização de palitos de fósforo no lugar de pincéis. Se isso já não o deixou curioso: “Fome”, um dos contos do álbum, entra fácil no ranking de melhores HQs de terror brasileiras. Um clássico obrigatório. (AH)

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Enclausurado (Companhia das Letras): A história, todo mundo já conhece. Jovem descobre que a mãe e o tio tramaram a morte do pai e alimenta desejo de vingança. A diversão agora está em saber como essa trama vai se desenrolar nas mãos de Ian McEwan (Reparação, Amsterdam). Depois de examinar mudança climática (Solar) e fundamentalismo religioso (A Balada de Adam Henry), o escritor inglês recria Hamlet na Inglaterra de hoje, com os personagens transfigurados em gente da classe média. O nosso herói shakespeariano, porém, não passa de um feto, que narra tudo da barriga da mãe. De cabeça para baixo no útero, ele ouve, aprende, tenta entender o mundo e interferir no desfecho da tragédia. Nas mãos de um autor menor — ou do próprio McEwan em momentos menos inspirados –, esse truque já estaria apodrecendo lá pela página 15. Neste livro curto, porém, ele transforma cada reflexão do minúsculo narrador em prosa das boas, com tradução à altura de Jório Dauster. Toda a beleza e a feiúra do mundo vêm desembocar nos pensamentos desse protagonista que ainda nem aprendeu a linguagem, mas que talvez por isso pareça ter tanta facilidade com ela. (MS)

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Nosso boletim volta em breve. Até lá, não custa nada lembrar: você pode nos seguir aqui mesmo (basta cadastrar seu e-mail no final da página). Além disso, fique à vontade para bater um papo conosco através de revistasalsaparrilha@gmail.com, via Twitter ou FacebookBon appétit!

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Sobre Revista Salsaparrilha (40 artigos)
Lê, vê, joga e cura reumatismo.

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